Trailer de The Cat
O cinema sul-coreano ficou mundialmente conhecido nas últimas décadas graças a Chan-wook Park e suas obras-primas, como "A Trilogia da Vingança" – Mr. Vingança (Sympathy For Mr. Vengeance, 2002), Oldboy (Oldboy, 2003) e Lady Vingança (Lady Vengeance, 2005) – e Sede De Sangue (Thirst, 2009). Mas não só de Park vive a Coréia. Com os excelentes O Hospedeiro (The Host, 2006) e Eu Vi O Diabo (I Saw The Devil, 2010), os sul-coreanos vem mantendo sua fama e sucesso, tanto de crítica quanto de público. Foi esse um dos fatos que me levou a querer assistir a The Cat, do diretor Seung-wook Byeon. Justamente por isso, me decepcionei... e muito!
Vamos à premissa. So-Yeon (Min-Young Park), uma jovem claustrofóbica que trabalha numa pet-shop, começa a cuidar de um gato, após sua dona morrer inexplicavelmente em um elevador. Então, ela começa a ter visões de uma misteriosa menina. Enquanto outras fatalidades inexplicáveis acontecem, sempre envolvendo gatos, ela começa a temer por sua vida e tenta desvendar o mistério por trás das mortes.
Está aí uma história com bons elementos pra um filme de terror. Há a criança bizarra (nova moda do cinema de horror contemporâneo), animais inofensivos e comuns (no caso, gatinhos fofinhos), um trauma ou medo incontrolável (claustrofobia), e uma garota jovem e linda (ai, ai, Min-Young Park...). Porém, a costura entre esses elementos é fraca, transformando o filme numa colcha de retalhos que se desmancha facilmente ainda na primeira metade.
Há um ou outro bom susto, mas, no geral, o filme se arrasta numa história sem lógica em torno de personagens chatas, que derrubam, na maior parte do tempo, a atmosfera assustadora do filme. Os efeitos não são lá grande coisa e transforma boa parte das cenas em situações risíveis. Destaque apenas para a menininha bizarra com seus olhos sinistros.
Não há ritmo na narrativa, que não faz a mínima questão de aguçar a curiosidade do telespectador e instiga apenas o sono. Acabamos, portanto, “esquecendo” de nos preocuparmos com os motivos (superficiais e ridículos, como se verá no final) pelos quais as mortes estão acontecendo. O final é previsível, infantil e idiota demais. Sim, fazemos papel de idiota duas vezes: ao prever o final medíocre e ao assitir até o último momento, com esperança de que estejamos errados e o diretor seja um pouco mais criativo e inteligente que nós.
Em suma, The Cat prova duas coisas. A primeira: o cinema sul-coreano também tem seus ovos podres e agora eles estão chegando até nós. A segunda: está cada vez mais difícil realizar um bom filme de terror. Portanto, não me levem à mal: adoro animais de estimação, especialmente os gatos. Porém, evite cruzar com eles pela rua após esta sessão, pois você terá uma tremenda vontade de chutá-los, culpando-os pela encheção de saco que eles protagonizaram nesta película.
Daniel Lima
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