Trailer de Prometheus
O nome já diz tudo. Prometeu, na mitologia grega, foi um defensor da humanidade, que roubou o fogo dos deuses e deu-o aos mortais. Uma excelente metáfora para uma nave que parte em busca de conhecer a origem da humanidade, supostamente localizada em um planeta distante. O que todos esquecem, entretanto, foi a punição que o titã sofreu por tamanha ousadia: ser amarrado em uma rocha e ter seu fígado comido, eternamente, por uma águia. Prometheus, nova obra de Ridley Scott, apenas nos presenteará. Já a nave homônima presente na película...
A trama se baseia em uma missão espacial a um planeta desconhecido, após uma série de descobertas arqueológicas que indicam uma espécie de mapa estelar. Ao encontrar seu destino, porém, a tripulação descobre que precisa se preocupar mais com o futuro da humanidade do que com seu passado.
Com base em questões e mistérios filosóficos que desde sempre intrigaram a humanidade, Scott constrói uma rede de perguntas para aguçar a curiosidade do telespectador e afastá-lo da esperança de um mero remake ou prelúdio de Alien (Alien – O 8º Passageiro, 1979). Nada é respondido e é nisso que reside o brilhantismo de Prometheus. Muitos se decepcionarão por não encontrar respostas. Mas por quê deveríamos? Porquê as evidências arqueológicas formam um mapa e, nas palavras da Dra. Elizabeth Shaw (Noomi Rapace), um convite? E se ela estivesse errada? Não seria apenas realista assumir que existe a possibilidade de que, por mais que nos esforcemos, não consigamos resposta nenhuma? É disso que Prometheus trata: ingenuidade versus arrogância. A ingenuidade de acreditarmos que há uma resposta para tudo e a arrogância de que merecemos esta resposta. É nesta hora que percebemos o quão o andróide David (Michael Fassbender) está certo ao se vangloriar por não poder sentir decepção.
Com eficiência, nos vemos perdido em um planeta distante, com mais curiosidade do que medo, até que a atmosfera muda lentamente para o desespero e terror. Há cenas antológicas e belíssimas onde imperam o gore, as gosmas e os efeitos surpreendentes (a cena do parto é sensacional!). A ambientação é de tirar o fôlego e o visual é bem mais clean que o original. É difícil entender, porém, como Scott, que se empenhou tanto para entregar um filme inteligente, pôde aceitar as frases-explicativas-óbvias tão temidas em roteiros deste tipo, como a da personagem de Charlize Theron, ao acompanhar de Prometheus David à uma nova câmara inexplorada no complexo existente no planeta: "He cut me off!". Desnecessário.
O roteiro possui alguns erros de descontinuidade e alguns buracos, mas que são esquecidos pelo ritmo incessante e envolvente da direção. Como em Lost (adivinha que é um dos autores do roteiro?), não há respostas para tudo, mas responde-se a algumas perguntas do primeiro Alien. O Space Jockey deixa de ser um enigma e o desenvolvimento da história se aproxima vagarosamente da atmosfera Alien, para deleite dos fãs. A última cena é uma homenagem previsível, mas bem-vinda.
Fassbender e Rapace estão geniais e ofuscam qualquer outro membro da tripulação. Tripulação esta que é um dos grandes defeitos do filme; afinal, 17 membros são personagens coadjuvantes demais até mesmo para uma minissérie. Ficam sub-aproveitadas especialmente as personagens de Theron, Idris Elba e Guy Pearce.
O roteiro possui alguns erros de descontinuidade e alguns buracos, mas que são esquecidos pelo ritmo incessante e envolvente da direção. Como em Lost (adivinha que é um dos autores do roteiro?), não há respostas para tudo, mas responde-se a algumas perguntas do primeiro Alien. O Space Jockey deixa de ser um enigma e o desenvolvimento da história se aproxima vagarosamente da atmosfera Alien, para deleite dos fãs. A última cena é uma homenagem previsível, mas bem-vinda.
Fassbender e Rapace estão geniais e ofuscam qualquer outro membro da tripulação. Tripulação esta que é um dos grandes defeitos do filme; afinal, 17 membros são personagens coadjuvantes demais até mesmo para uma minissérie. Ficam sub-aproveitadas especialmente as personagens de Theron, Idris Elba e Guy Pearce.
Para finalizar e apesar dos defeitos, Prometheus é uma excelente obra de resgate da quadrilogia alienígena, que se atolou num mar de lama. O Oitavo Passageiro continua sendo a obra-prima, mas este chega bem perto: é uma homenagem à altura do clássico de 79. Afinal, jamais haverá Predador, ou James Cameron, ou Dan Aykroyd, capaz de competir com o melhor alienígena de cabeça cônica!
Daniel Lima
Daniel Lima