quinta-feira, 14 de junho de 2012

[CRÍTICA] Poder Sem Limites (Chronicle, 2012)

Trailer de Poder Sem Limites

Particularmente, eu sempre refutei a grande máxima do Tio Ben: “Grandes poderes trazem grandes responsabilidades.” Chronicle, de Josh Trank, veio para me apoiar em tal contestação e mostrar ao Spidey que ele poderia ter tido outras opções. Algumas mais divertidas, outras mais psicopáticas; entretanto, Trank soube muito bem como tratá-las em seu primeiro trabalho no cinema.

Como sinopse, temos três adolescentes, Andrew (Dane DeHaan), Matt (Alex Russell) e Steve (Michael B. Jordan), que descobrem um artefato misterioso e ganham poderes telecinéticos da noite para o dia. Ao desenvolverem seus poderes, eles se desentendem, à medida que cada um tem de lidar com suas próprias ambições e conflitos interiores.

A estética é a mesma que ficou famosa em The Blair Witch Project (A Bruxa De Blair, 1999): câmera tremida nas mãos dos próprios atores, cortes bruscos e interferências. Provavelmente escolhida para se encaixar em um baixo orçamento, fica claro ao final do filme que valeu a pena. Além disso, traz um tom mais inovador, imersivo e realista à história e ao drama dos protagonistas, curiosamente estereotipados (como em qualquer filme high-school norte-americano), porém sem se tornar caricaturais.

Em diversas cenas, são abordados a imaturidade dos protagonistas e o dilema que consiste em o que fazer com tanto poder. No entanto, o único que parece fazer algum progresso é Andrew, uma mistura de Magneto com Tetsuo, e sua teoria sobre o apex predator (ou homo superior). Já os principais defeitos do filme são a previsibilidade e o foco excessivo em Andrew. Acho que Matt e Steve poderiam ter sido personagens mais desenvolvidas. Por exemplo, ao final, é mais fácil justificar os erros de Andrew devido ao seu passado, do que apoiar Matt em sua defesa ao coletivo ou “bem cristão”.

O filme é despretensioso, simples, e com belas tomadas. O duelo final, entretanto é homérico: deixará qualquer fã de anime boquiaberto... Após o fiasco Dragonball Evolution (Dragonball Evolution, 2009), Chronicle veio para se enfiar no meio de Akira (Akira, 1988) e as duas partes de seu futuro remake já anunciado. E o melhor: não faz feio não! Espero que fique aqui a dica para a Warner Bros!

Enfim, de qualquer forma, grande estréia para Trank, que prova que não precisa de centenas de milhões de dólares para realizar um filme inteligente e divertido sobre super-heróis. Demolidor, Motoqueiro-Fantasma, Quarteto Fantástico, Hulk, Constantine, Spawn e Wolverine (e outros!) devem está se remoendo em seus gibis: heróis de grande poder e renome, mas com películas extremamente inferiores às dos desconhecidos e telecinéticos Andrew, Matt e Steve!

Daniel Lima

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