Trailer de O Ditador
Sacha Baron Cohen consagrou o pastelão politicamente incorreto através de mockumentários (documentários com o propósito de tirar sarro), estilo marcante em Borat: Cultural Learnings Of America For Make Benefit Glorious Nation Of Kazakhstan (Borat: O Segundo Melhor Repórter do Glorioso País Cazaquistão Viaja À América, 2006) e Brüno (Bruno, 2009). Aqui, em The Dictator, porém, ele abandona este estilo e realiza seu primeiro filme comercial. Apesar disso, Cohen mostra que seu humor continua afiado (apesar de um pouco mais contido) e arranca gargalhadas a cada piada com sua nova personagem: o General Aladeen.
A trama acompanha o Supremo Líder General Aladeen (Sacha Baron Cohen) do fictício reino árabe Wadiya, à medida que ele tenta construir uma arma nuclear. Embargado pela desconfiança da ONU, ele se vê obrigado a realizar um discurso em solo americano, para enganar as outras nações. Lá, ele se torna vítima de um golpe de seu braço-direito Tamir (Ben Kingsley), que pretende transformar Wadiya numa democracia e "vendê-la" para seus sócios capitalistas.
Como já era de se esperar, a película é repleta de críticas à democracia, à maneira como ela existe hoje, e de referências à cultura ocidental, desde Hollywood a Justin Bieber. As cenas de Aladeen trabalhando como empregado do mercado são hilárias. Mas, transformar o mercado em uma pequena ditadura realmente é uma sacada genial. Isso sem contar a cena do do helicóptero, com diálogos sensacionais. É de chorar de rir.
Finalmente, Cohen volta à velha forma que o consagrou há seis anos. Com sua canastrice e “ingenuidade”, eleva o humor negro ao melhor estilo de humor que se pode encontrar atualmente, em um mundo tão hipócrita e velado. Desta vez, porém, ele está cercado de um elenco de peso, garantindo qualidade ao restante das cenas, com Kingsley, Anna Faris e John C. Reilly. Apesar disso, Cohen se destaca em todas as cenas e leva o filme nas costas, mas, de todos, Jason Mantzoukas é quem consegue se sobressair melhor com ele por perto.
Enfim, Larry Charles faz o feijão com arroz e deixa quase tudo nas mãos de Cohen, o que mais uma vez se mostra uma decisão acertada. Assim, temos outra personagem impagável de um dos melhores humoristas da atualidade. E mais: um filme que, apesar de comercial, não parece ter a idéia de agradar a maioria, mas sim apenas os fãs do humor ácido e contundente de Cohen. E é melhor você rir, caso contrário, corre sério risco de que sua cabeça seja a próxima a rolar.
Daniel Lima
Daniel Lima
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